Todos os anos, cabe aos jovens da aldeia em idade de "irem às sortes" (à inspecção militar) a responsabilidade de manterem a tradição do madeiro. As "sortes" já não são o que eram, e a falta de gente nova acaba por fazer com que se juntem jovens e menos jovens na tarefa de recolher os troncos que serão imolados na véspera de Natal.
No dia 8 de Dezembro, tractores carregados de madeira transportam a lenha até ao adro da Igreja. Os sons de búzios e cornetas ecoam pela aldeia, avisando a população da sua chegada. As ruas enchem-se de gente ao som de vivas ao madeiro, à aldeia e a muitas outras coisas que se vão gritando ao longo do percurso.
A tarefa de juntar todos os troncos concretiza-se perante o olhar da população que enche o adro. Nem a chuva miudinha que vai caindo afasta as pessoas. Mais uma vez a tradição se cumpre.
No dia 24, o madeiro acende-se. O Natal na aldeia ganha agora um calor diferente e umas cores quentes que amenizam o frio intenso. Nessa noite, as chamas serão rodeadas pelo som dos acordeons e dos cantares tradicionais. Pelo ar, as "fonas" de cinza fazem as vezes da neve que não cai.
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