dezembro 25, 2008

Mensagem de Natal do Padre José Martins


Natal
“ O Verbo fez-se Homem e habitou entre nós” S. João I, 14

É este nascimento do Filho de Deus que vimos vivendo e celebrando em cada Natal.
Como pároco de Aranhas, este é o quarto Natal que passo convosco, e este ano o segundo, que celebro a tradicional Missa do Galo em Aranhas, e posso dizer-vos que me alegro e dou graças a Deus por tal.
Quero aqui deixar, por este meio, os meus votos sinceros de boas festas natalícias a todos os que se identificam com esta terra de Aranhas, pessoas com fé, sem ela ou que a procuram, pois o nosso Deus se fez Homem por todos.
No passado domingo reflectia, como o tempo passa e com ele, passam momentos que a meu ver são únicos e irrepetíveis. Aquilo que não sabemos aproveitar, as pessoas que deixamos de amar, as pequeninas coisas que porque não as temos, são enormes na falta que nos fazem.
Recordo na minha vida “outros” Natais, que em circunstâncias diferentes, me fizeram sentir em festa. Quem não se lembra, nos dias que já se contavam, para podermos ter aquele presente do Menino Jesus, sim, digo Menino Jesus, pois o Pai Natal só aparece com a comercialização deste tempo, e depois de receber tal presente, o admirávamos como uma verdadeira dádiva. E quem agora, como eu, não admira as mãos daqueles que nos faziam chegar esse presente, pelo seu trabalho, dedicação, amor e entrega total, como o nosso pai, a nossa mãe, a nossa avó e tantos outros …
Pois é, alguns ainda estão connosco, outros já estão na plenitude com Deus, mas o certo, é que esses natais, eram diferentes…
E agora como o celebramos?
Tantos e tantos o assinalam através das compras, das prendas, das festas e das iluminações nesta quadra natalícia.
Os que temos fé, devemos preparar convenientemente a nossa alma e o nosso coração para que o Deus Menino nasça dentro de nós e à nossa volta.
De que forma?
Não sei bem… Sei que Deus é Amor e que por Amor habitou no meio de nós e que também por isso mesmo o devemos dar ao outro.
Este tempo de Natal, pelo que representa, é tempo excepcional para nos dedicarmos aqueles que durante o ano, pelos afazeres da vida, nos desleixamos e nos desculpamos para não nos darmos como eles merecem e precisam. Falo da nossa família, dos nossos amigos, dos nossos companheiros…
Se não temos ouro, incenso, mirra, como os magos em Belém, temos com certeza uma palavra amiga, uma visita para fazer, um sorriso para dar, …
Que este Natal, são seja apenas mais um Natal, mas Natal de verdade, deixemos que o Amor nasça no nosso coração, pois digo-vos, para muitos é mais um Natal, mas não sabemos se vamos ter mais um Natal para nos darmos e para que outros o possam fazer.
Prometo ter presente na Santa Eucaristia da Noite de Natal, todos vós, e com um carinho mais especial, aqueles que não podem estar presentes, neste cantinho bonito de terra com o seu madeiro – Aranhas, uns pela doença, que a dor os impossibilita de se associarem, outros porque a difícil condição de vida a isso obriga, os nossos emigrantes, que sei por experiencia própria, que nenhum tempo, como este, custa a passar longe dos seus, e ainda, as famílias que vivem de forma profunda o luto pelos seus entes queridos e saudosos, a TODOS que O DEUS MENINO vos cumule com as suas BENÇÃOS.
Para que possa eu, celebrar o Natal, peço com sinceridade ao Deus Menino e a vós, o perdão para as minhas fragilidades.

Um SANTO NATAL.
São os meus votos sinceros.
José Martins, pároco da freguesia de Aranhas

Missa do Galo

No passagem do dia 24 para o dia 25, à meia-noite, celebrou-se a Missa do Galo que culminou com o beijar do menino Jesus.

dezembro 24, 2008

dezembro 23, 2008

O Madeiro (23 de Dezembro)

Amanhã, a tradição vai, mais uma vez, repetir-se,e o madeiro que ocupa o centro do adro da Igreja será aceso para iluminar a noite de Natal. Mesmo passando os anos, mesmo passando as vidas, a tradição permanece, imutável. Ainda bem, pois é ela que permite manter vivas as referências de todos nós.

dezembro 15, 2008

Termos antigos

A língua portuguesa - tal como todas as línguas - não é estática. Por isso, muitos termos usados numa determinada época, acabam por entrar em desuso. Aqui ficam algumas palavras antigas usadas na Beira Baixa em geral e em Aranhas em particular e que, actualmente, desapareceram das conversas do dia a dia:
- Anafiar (lisonjear)
- Bibedouro (espécie de ligadura para apertar o umbigo das crianças)
- Caputcha (agasalho de mulher)
- Carrapato (nu)
- Escolateira (cafeteira para fazer o chocolate
- Estar pirrónico estar mal-disposto)
- Levar lenha (apanhar uma sova)
- Mandil (avental de mulher)
- Mandongo (desajeitado)
- Reboleiro (chocalho para pendurar ao pescoço do gado)
- Redolho (último filho)
- Talamouco (pessoa que não sabe o que diz)
- Trancelim (fio de ouro)
- Zagalo (rapaz)
- Zorra (vagarosa)

Fonte: Aranhas Ontem e Hoje

dezembro 07, 2008

Quadro de José Domingues

A foto de cima, é de um tio de José Domingues, que o pintor imortalizou numa obra sua (em baixo). Agradeço desde já ao José Domingos estas duas fotos que me disponibilizou para aqui serem colocadas.