dezembro 27, 2006

O Madeiro de 2006

Todos os anos, cabe aos jovens da aldeia em idade de "irem às sortes" (à inspecção militar) a responsabilidade de manterem a tradição do madeiro. As "sortes" já não são o que eram, e a falta de gente nova acaba por fazer com que se juntem jovens e menos jovens na tarefa de recolher os troncos que serão imolados na véspera de Natal.
No dia 8 de Dezembro, tractores carregados de madeira transportam a lenha até ao adro da Igreja. Os sons de búzios e cornetas ecoam pela aldeia, avisando a população da sua chegada. As ruas enchem-se de gente ao som de vivas ao madeiro, à aldeia e a muitas outras coisas que se vão gritando ao longo do percurso.
A tarefa de juntar todos os troncos concretiza-se perante o olhar da população que enche o adro. Nem a chuva miudinha que vai caindo afasta as pessoas. Mais uma vez a tradição se cumpre.
No dia 24, o madeiro acende-se. O Natal na aldeia ganha agora um calor diferente e umas cores quentes que amenizam o frio intenso. Nessa noite, as chamas serão rodeadas pelo som dos acordeons e dos cantares tradicionais. Pelo ar, as "fonas" de cinza fazem as vezes da neve que não cai.

setembro 23, 2006

Uma rua

As aldeias são feitas de coisas simples. Como esta rua, o silêncio e uma mulher que trabalha, sentada junto à porta de sua casa. E ao longe o Sol, num fim de tarde de Verão.

setembro 10, 2006

Medalha comemorativa

A aldeia comemora este ano um conjunto de datas importantes relacionadas com a sua história. Para assinalar as várias efemérides o artista da terra José Domingues concebeu a medalha comemorativa que aqui se mostra.
Decididamente, Aranhas está de parabéns. Não apenas pelas efemérides que celebra, mas também pela gente de talento capaz de produzir estas obras artísticas.

agosto 18, 2006

Procissão


No dia 15 de Agosto, a imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso saiu da capela com o seu nome em direcção à Igreja Paroquial. É o momento que dá início às festividades em sua homenagem, e que terão o seu ponto alto este fim de semana.
Este ano, a novidade foi o facto da cerimónia ter sido realizada de noite: houve missa na capela às 21.30 h., seguida de uma procissão das velas até à igreja. Uma novidade que resultou em pleno, quer pela adesão em grande escala dos que estão na aldeia por estes dias, quer pela teatralidade do evento nocturno.

maio 09, 2006

Noite


Detalhe de uma noite, numa rua envolvida pela escuridão que uma luz envergonhada teima em provocar.

abril 26, 2006

Madeiro

Todos os anos, por alturas de Dezembro, o adro da Igreja ganha uma nova roupagem. O madeiro acende-se e, durante alguns dias, ilumina e aquece os que por lá passam.
Ponto de encontro para conversas e cantares, ou apenas local para sentir o cheiro do Natal, o madeiro mantém, na tradição que se repete todos os anos, uma beleza sempre renovada.

abril 20, 2006

Cantares tradicionais

Agosto de 2002
Por alturas da festa de Nossa Senhora do Bom Sucesso (no 3º domingo de Agosto), um dos momentos mais marcantes é aquele em que, à porta da capela da aldeia, se cantam velhas melodias dedicadas à Santa.
Rodeados de uma paisagem fabulosa, esses cantares ecoam como se viajassem pelo tempo, misturando passado e presente em momentos que são - sempre - inesquecíveis.

abril 17, 2006

O Rancho Folclórico

O Rancho Folclórico de Aranhas comemora em 2006 os 70 anos de vida, pois nasceu em 1936 pelas mãos de Rui Martins Ferreira.
Ao longo da sua vida, o percurso nem sempre foi fácil e chegou a estar desactivado durante períodos mais ou menos longos.
Em 2002 ganhou um novo fôlego e é, actualmente, um dos símbolos não apenas da aldeia mas da região envolvente. Do seu passado fazem parte viagens um pouco por todo o país e algumas deslocações ao estrangeiro. Nos últimos três anos foi o anfitrião do Festival Internacional de Folclore do Concelho de Penamacor.
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23 de Agosto de 1962 (Festa das Vindimas)

Anos 80

abril 16, 2006

Pessoas... "Ti J'quim Preto"

Lembro-me dele, era eu miúdo. E a imagem que me ficou foi a de alguém sempre bem disposto, sempre com um sorriso nos lábios. Passei muitas tardes sentado nos degraus do balcão da sua casa. Infelizmente, a casa já não existe e, no seu lugar, está um "mamarracho" capaz de envergonhar todos aqueles com um mínimo de bom gosto.

Pessoas... padre António Robalo

Há pessoas que marcam os locais onde vivem. Que deixam memórias que perduram muito tempo depois de já terem partido. Uma dessas pessoas foi o padre António Robalo, pároco da freguesia de Aranhas durante muitos anos. Para além da sua missão de sacerdote, foi também professor de diversas crianças da aldeia. Passados quase 43 anos sobre o momento, recordemos aqui esta figura, numa foto tirada a 23 de Dezembro de 1963.

abril 15, 2006

A casa dos meus avós

Aranhas é uma pequena aldeia da Beira Baixa. Apesar de não ter nascido ali, Aranhas é a minha aldeia. A terra da minha mãe, na qual passei momentos inesquecíveis na infância e na juventude.
Nesta velha casa, que hoje já não existe, viviam os meus avós maternos. Nela passei muitas férias de Verão, muitas Páscoas, Natais e outros momentos festivos. À sua porta esperei muitas tardes pelo regresso do meu avô, que após um dia de trabalho voltava com o cacho de uvas moscatel especialmente colhido para mim. Nela recebi muitas vezes "10 tostões" dados pela minha avó em troca de uma ida ao café para ir buscar o pão.

Após a morte dos meus avós, veio o afastamento, os anos de ausência. Seguidos de um reencontro. E foi esse reencontro que me levou a fazer este blog. Mata Aranha é o tema mais famoso do Rancho Folclórico de Aranhas, daí o nome deste espaço.

Esta é uma homenagem à minha aldeia. Não porque lá tenha nascido. Mas porque é a terra das minhas raízes.