Gostava de agradecer aqui publicamente esta contribuição, que se junta a muitas outras já enviadas pelo professor Libério Lopes e que contribuem para engrandecer este espaço. Com o contributo daqueles que viveram e vivem na aldeia, podemos reconstruir um pouco da história de Aranhas, das suas gentes e dos seus costumes. Bem-haja!
A história faz-se de pequenos pormenores e ao fim de muitos anos dos factos terem acontecido.
Fixei-me em Aranhas em 1965 e, ao longo destes 46 anos presenciei ,assisti e participei em muitos acontecimentos .Talvez, por isso, possa dar o meu testemunho, de modo a que mais tarde se possa falar sobre Aranhas com mais veracidade .Do que vier a escrever, aceito comentários e correcções no caso de alguma imprecisão.
Tirei e guardei muitas fotos e recortes de jornais nos quais me baseio.
Se o Mata Aranha aceitar os meus textos, aqui envio o primeiro.
Nem sempre as fotos e os documentos serão muito nítidos, principalmente depois de digitalizados .Do facto peço desculpa.
Falarei primeiramente sobre o Rancho Folclórico que este ano celebra o 75º aniversário.
Como é do conhecimento de todos, o Rancho foi criado pelo Dr. Rui Martins Ferreira e esposa em 1936.
Não me debruçarei sobre a história da sua fundação nem da actualidade .Da primeira, envio cópia duma carta que a filha do casal ,D. Maria Helena Meneses Pimentel me enviou em 28 de Janeiro de 1986 .Ela conta melhor que ninguém o que se passou sobre a formação do Rancho, na altura conhecido como Serranos da Beira.
Sobre a actualidade, o Rancho é uma Associação a quem desejo muitos e bons sucessos na divulgação do folclore da nossa terra.
Resta-me, pois, sobre uma parte da vida do Rancho na qual participei activamente e que vai de 1971 a 1984.
Foi em 1971 que o sr. António Rodrigues Rapoula me convidou para com ele fazer renascer o rancho que, na altura estava inactivo .Esse convite deixou-me embaraçado, pois não estava familiarizado com o folclore .Contudo como presidente da Junta de Freguesia que era na altura, achei que podia dar a minha colaboração e aceitei o desafio.
Não foi fácil juntar cerca de 40 pessoas à nossa volta e foi dificílimo angariar dinheiro para o vestuário e instrumentos .À época ,ninguém dava subsídios.
A minha missão era convidar as pessoas para o grupo, arranjar dinheiro,procurar locais para os ensaios, assistir aos mesmos, acompanhar o rancho quando saía etc. etc.
O sr. António Valente era o ensaiador.
A primeira actuação foi em Penamacor num cortejo de oferendas a favor do Hospital da Santa Casa da Misericórdia .Outras se seguiram.
Com a fundação da Liga dos Amigos de Aranhas, o rancho passa a fazer parte da mesma e aqui se manteve até o mesmo se tornar, por vontade própria, numa Associação em 2003.
Entretanto ,mais uma paragem acontece no seu percurso devido à falta de acordeonista e dançarinos.
Volta mais tarde em 1981 tendo como ensaiador o sr. António Lopes Geraldes.
Desse tempo e das muitas actuações que fez ,destaco a ida ao Casino do Estoril ,Algarve e Feira Popular.
Em 1983 entra na Federação Portuguesa de Folclore.
Em 1986 realiza-se um cortejo etnográfico e comemora-se condignamente o 50º aniversário do rancho com a presença da filha dos fundadores do mesmo e a quem é dado o nome de uma rua de Aranhas.
É cunhada uma moeda comemorativa deste evento, dos 100 anos da construção da Igreja Matriz e dos 15 anos da fundação da Liga.
Dá-se a promoção da gravação de uma cassete com as canções do rancho e das filmagens de uma cassete vídeo sobre o mesmo.
Organiza-se o 1º Festival de Folclore de Aranhas.
Desloca-se pela primeira vez a França.
Volta mais uma vez a suspender a sua actividade.
Aproveito esta oportunidade para cumprimentar todos os que comigo colaboraram na divulgação do nosso folclore. Embora houvessem momentos cansativos ,acho que valeu a pena.
Em 2003 o Rancho deixa a Liga e cria uma Associação.
Juntam-se algumas fotos e noticias de jornais da época .Mais uma vez peço desculpa pela fraca qualidade de algumas fotos.
1982
Algarve
Algarve
1972
1984
