novembro 28, 2008

Até sempre

No dia 22 de Novembro faleceu o meu pai, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. O funeral realizou-se em Aranhas, a terra dos seus sonhos. Aqui passou os 3 últimos anos da sua vida, concretizando um desejo que, em Lisboa, durante anos acalentou: o de regressar à “sua” terra do coração. Mesmo não sendo a sua terra de nascimento, pois nasceu na Aldeia de João Pires.
Nos 3 anos que aqui viveu, saboreou aquela vida que o fazia feliz: trabalhar no campo, tratar da criação, passar horas e horas em trabalhos que, mesmo quando o cansavam, eram sempre feitos com prazer. Há um ano e meio teve um AVC que lhe roubou parte da força. Mas nem isso lhe tirou o gosto por esta vida. Por isso, era um “aranhiço” como poucos, preso a esta terra não pelos laços do nascimento, mas pelos laços da alma.
No dia 22 de Novembro partiu, deixando-nos cheios de saudade. Faz-nos falta o seu ar rezingão, as suas brincadeiras constantes, a sua teimosia e, sobretudo, a sua enorme vontade de ajudar os outros, a sua disponibilidade. A mim, pessoalmente, faz-me falta um pai que sempre fez o possível e o impossível para me dar tudo o que podia.
No dia 22, o corpo do meu pai chegou à aldeia já era noite. Muitos eram os que aguardavam a sua chegada, tal como muitos foram os que passaram pelo velório e, no dia 23, o acompanharam no seu funeral. A todos os que quiseram prestar-lhe uma última homenagem aqui deixo os meus agradecimentos. Apesar de a minha opinião não ser imparcial, acredito que mereceu essa homenagem, porque era um bom homem e um amigo sincero. Para além de ser um marido, um pai, um sogro e um avô fabuloso.
Este blogue não tem por objectivo falar da minha vida pessoal. Mas neste espaço dedicado a Aranhas, não podia deixar de registar esta perda.

Até sempre pai!

2 comentários:

Anónimo disse...

Partiu o Amigo, fica a amizade e com ela o "sabor" da vida.
Do outro lado da margem, nos espera, atento, sereno, aguardando que cada um de nós atravesse o "rio" da vida, construindo águas calmas, onde todos possam mergulhar no Infinito.
Agradeço mais uma vez, convosco o dom da vida do vosso saudoso pai.
Abraço amigo.

Anónimo disse...

Meu caro "anónimo", não sei quem é mas não posso deixar de lhe agradecer as palavras que aqui deixou.

António Lopes