A aldeia viveu hoje momentos de medo e ansiedade quando as
chamas deflagraram num terreno agrícola perto da capela de N. Sra. Do Bom
Sucesso e rapidamente alastraram para outros terrenos. Num dia de muito calor –
felizmente sem vento – e com a rápida atuação dos bombeiros (fortemente
auxiliados por 3 helicópteros), as chamas não atingiram a mancha de eucaliptos,
o que poderia ter provocado uma tragédia de enormes dimensões.
Este incêndio, provocado por um acidente fortuito quando uma
máquina agrícola se incendiou, faz-nos pensar em muitas coisas. Em primeiro
lugar, no vergonhoso estado em que se encontram alguns terrenos. Quando, por
exemplo, os donos colhem a madeira de eucalipto e deixam no terreno as cascas e
os ramos, quando as giestas atingem tamanhos superiores aos de um adulto,
está-se, literalmente, a “brincar com o fogo”. E basta passear por aquela zona
e ver os autênticos barris de pólvora que por ali existem. Basta um fósforo e
temos o cenário preparado para uma tragédia de grandes dimensões. Que bom seria
que o “susto” de hoje levasse à tomada de medidas para que este assunto – que
diz respeito à segurança de pessoas e bens de todos – fosse levado a sério.
Um outro aspeto curioso e pouco compreensível tem a ver com
o facto de termos na aldeia uma fonte que, 24 horas por dia, 365 dias por ano,
está a lançar para a via pública, litros e litros de água. Num momento destes,
em que, por exemplo, os helicópteros precisaram de abastecer por diversas
vezes, imagina-se que falta poderia ter feito todo esse caudal de água que vai
sendo desperdiçada diariamente. Por que não um projeto que levasse a essa
recolha para que pudesse ser usada em momentos como estes? Afinal de contas,
numa época em que a água é um bem cada vez mais precioso, desperdiçá-la desta
forma é, parece-me, pouco sensato.
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